Escola utiliza linguagem de libras
como forma de inclusão social
Com
o inicio das aulas os integrantes do projeto se depararam
com uma novidade muito interessante na Escola Virginius de
Gama e Melo: o tratamento dado aos portadores de deficientes
físicas, especialmente os surdos e mudos.
Na
escola funciona desde 2006 um sistema de adequação
da rotina escolar aos portadores de deficiências auditivas
e sonoras, a partir da implementação da linguagem
de libras no cotidiano dos alunos; desde a tradução
em todos os cartazes que contenham algum texto, até
a monitoria de um especialista nessa linguagem dentro da escola.
O diretor Francisco Tenório explica que “esse
é um projeto da prefeitura, onde ela se preocupa em
mandar um professor de libras para cada aluno surdo e mudo,
e se admite no máximo dois alunos por professor. Nessa
escola, e acredito em outras, a pratica tem sido um professor
para cada aluno, apesar que como são de séries
diferentes, tem ficado um professor para cada aluno surdo
mudo”.
Na
escola um desses monitores é o interprete Helano Santana
que auxilia a aluna do oitavo ano Jéssica Sayonara,
ambos foram escolhidos para serem tema de um dos vídeos
que serão realizados pelos alunos participantes do
projeto. Helano conta que faz nove anos que aprendeu a língua
de sinais e começou a traduzir, estando a um ano atuando
como funcionário da prefeitura municipal e menos de
um semestre na Virginius de Gama. Sobre o processo de inclusão
dos alunos especiais ele diz que “realmente não
é fácil, por que o processo de inclusão
é um processo novo, antes os alunos especiais tinham
que estudar numa escola especial, e com a nova lei da inclusão
tiraram eles dessa escola e trouxeram para interagir com os
alunos “normais”, assim podemos dizer”.
Ele
continua: “a dificuldade que eles tem na sala de aula
é como se adaptar ao conteúdo programático
que é diferente de uma escola especial, adaptar ao
convívio social com outros alunos que não são
surdos, e adaptação também com o interprete
que tem que ficar interpretando todo o conteúdo dos
professores. Então, eles tem que se adaptar a essa
nova modalidade na vida deles, e para eles também não
é fácil, por que tudo é novo, e esse
novo a cada dia se torna um desafio. Eles tem que aprender
a libras, aprender o inglês e tem que aprender também
o português, então, são três línguas
distintas em que a pessoa ouvinte só tem que aprender
duas, para eles fica mais difícil aprender três.
Em
relação ao convívio com os outros alunos
o monitor coloca que “pelo menos nessa escola, os alunos
tratam eles como se fossem um aluno normal mesmo, eles não
tem preconceito, alguns sabem a língua de sinais, já
aprendem, quando desconhecem alguma palavra já me perguntam”.
Importante se ver ações de inclusão social
postas em prática nos lugares que mais precisam delas,
são atitudes como essas que fazem uma cidade e um país
crescer.
|