Heron
Cid
Ainda
falta quase um ano para as eleições.
Mas na Paraíba os pretensos candidatos inauguraram
precocemente o clima de disputa eleitoral em todos
os recantos do nosso estado. A guerra que deveria
ser travada somente a partir do período instituído
pela Justiça Eleitoral, através do guia
eleitoral, foi iniciada e o seu teor já anuncia
o conteúdo do embate que se aproxima: a campanha
tende a ser de ataques pessoais e as propostas de
governo devem ficar em segundo plano.
O
governador Cássio Cunha Lima (PSDB), candidato
à reeleição, tem “instalado”
o governo em variadas regiões e leva consigo
todo aparato governamental. A comitiva do governador
nas cidades mais parece um bloco de cabos eleitorais
em plena campanha política e os discursos oficiais
caberiam melhor em cima de um palanque. Nesses eventos,
o governador e aliados aproveitam para rebater, em
tom áspero, acusações, provocações
e denúncias da oposição.
O
senador José Maranhão, que é
candidato desde quando foi eleito para representar
o nosso estado na Câmara Alta do Congresso
Nacional, também não fica por baixo.
Mesmo sem ter os “benefícios”
que o governador dispõe para angariar apoios
políticos, o senador ararunense tem feito
um périplo em cada “buraco” do
estado, visitando lideranças, vereadores
e prefeitos. O ex-governador não tem poupado
críticas ao seu sucessor: adotou a tática
do “pau na moleira” para tentar desgastar
o seu adversário ao máximo.
O
clima é tão acirrado que bastou uma
pesquisa de consumo interno ser divulgada na imprensa,
nesta quarta-feira (30), dando conta da vitória
de Cássio nas próximas eleições
sobre Maranhão, perdendo, entretanto, em
João Pessoa por 70 mil votos, para gerar
reações contundentes dos maranhistas.
O deputado federal Benjamim Maranhão, sobrinho
do senador, disse que “os números apresentados
pelos bajuladores do governador não dizem
a verdade”.
A
hostilidade entre maranhistas e cassistas chegou
a tal ponto que, em determinado momento, houve receio
de setores do governo sobre a ida de Cássio
a Guarabira, temendo possíveis protestos
e agressões dos partidários de Maranhão
na capital do Brejo paraibano, representados pela
prefeita Fátima Paulino e seu marido Roberto
Paulino, ex-governador. Aliviado por iniciativa
pacífica da prefeita, Cássio foi a
Guarabira e despachou assuntos de interesse da cidade
em audiência com a chefe do Poder Executivo
guarabirense.
Esses
são apenas alguns pequenos exemplos do cenário
bélico implantado na Paraíba. O ano
vindouro será recheado de brigas dos dois
pelotões dominantes da política paraibana.
Enquanto isso, a Paraíba contribui com míseros
0,9% do PIB (produto interno produto) nacional.