Orlando
Junior
O
litoral do Estado da Paraíba possui uma extensão
de 138 km de praias, sendo algumas ainda totalmente
selvagens. Mais toda essa beleza pode está
ameaçada, já que várias praias
se encontram poluídas em virtude de esgotos
domésticos. Foi em virtude disso que foi criado
o programa Balneabilidade das Praias do Litoral Paraibano,
que verifica semanalmente seus níveis de poluição,
e vem sendo executado pela SUDEMA (Superintendência
de Administração do Meio Ambiente),
desde o ano de 1983, inicialmente monitorando 12 praias.
A partir de 1988 foi sistematizado e estruturado para
atender determinações da CONAMA - Conselho
Nacional do Meio Ambiente.
Atualmente
a SUDEMA analisa e classifica as condições
de balneabilidade de 49 praias das 58 existentes
no Estado, perfazendo um índice de cobertura
de 87,5%. A técnica utilizada para saber
o nível de contaminação, é
a mesma usada por vários órgãos
internacionais e denomina-se membrana filtrante,
uma técnica que permite, num período
de 24 horas, saber a quantidade do número
de microorganismos que se desenvolvem dentro do
meio da substância coletada. “A partir
desse número você se utiliza de parâmetros
de comparação regulamentados pela
legislação brasileira, de acordo com
a CONAMA, onde as condições das águas
são classificadas em quatro categorias: excelente,
muito boa, satisfatória e imprópria”
diz Virgílio Gadelha Pinto, coordenador da
Coordenadoria de Medições Ambientais
da SUDEMA.
Essas
pesquisas mostram que ao longo do litoral paraibano,
três praias se apresentam, com maior freqüência,
imprópria para banho. Uma é a praia
do Jacaré, uma praia fluvial localizada na
margem direita do estuário do Rio Paraíba;
a outra é a praia de Manaíra, localizada
em João Pessoa e por fim a praia do Maceió,
no município de Pitimbu. Existem ainda outras
que também, eventualmente, são classificadas
como imprópria para banho, em função
de esgoto doméstico, que são as praias
do Arraial e Penha em João Pessoa.
A
divulgação dos resultados de balneabilidade
das praias é divulgado à população
através de relatórios semanais que
são enviados a imprensa. “Quando você
houve que tal praia está imprópria
para banho, infelizmente é uma informação
truncada, porque quando nós remetemos nossos
relatórios, eles especificam o trecho da
praia que está poluído, um exemplo:
Praia de Manaíra imprópria para banho
no trecho compreendido entre os fundos do Hotel
Tambaú até altura das quadras de tênis,
porque a medida que se distancia da fonte poluidora,
a tendência é diluir e entrar dentro
dos níveis aceitáveis”, afirma
Virgílio.
Esse
problema de poluição das praias, advém,
em sua maioria, das ligações clandestinas
que os moradores fazem na rede de galeria de águas
pluviais. Um problema difícil de se detectar,
pois para isso seria necessário verificar
todo o sistema de esgoto, o que é praticamente
impossível, visto que são sistemas
subterrâneos e para escavá-los praticamente
iria se construir um novo sistema.