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  Lixo plástico, a praga!
Orlando Junior
       
              Você acorda em um dia ensolarado! Pensa logo em ir a praia mas logo desiste, pois tem que fazer um monte de coisas. Primeiro tem que lavar o tênis. Depois vai ao supermercado para comprar frutas e verduras. No caminho de volta para casa passa por um posto de gasolina e decide trocar o óleo do carro. Só que o posto está cheio, o dia quentíssimo, você tem que esperar um pouco, decide comprar um desses picolés caseiro. Só que sua sede não passou, pelo contrário, ela até aumentou, então você compra uma garrafinha de água mineral. Para ganhar o restinho da tarde decide comprar logo o pão do jantar!

              Você pode achar que eu estou ficando louco, afinal o que tem haver o início dessa matéria com o título proposto ? Se observar atentamente, muita coisa! Quando você lavou seu tênis utilizou sabão em barra e geralmente esse sabão é disponibilizado em embalagem plástica; quando comprou frutas e verduras, colocou esses vegetais em sacos plásticos; quando parou no posto e trocou o óleo do carro, observou que o mesmo vem numa garrafa plástica; o picolé que chupou veio em um saquinho, à água que bebeu numa garrafa plástica e o pão que comprou na padaria, também veio num saco plástico! Quer dizer, o plástico faz mais parte de nosso dia-a-dia do que nós imaginamos. É o nosso verdadeiro amigo quebra-galhos!

              “Só que não estamos sabendo lidar com esse amigo. Depois que o usamos não sabemos o que fazer com ele. Às vezes até achamos que fazemos a coisa certa jogando-o no lixo simplesmente, mais logo veremos que nossa intenção até pode ser boa, mas, não é correta” , diz a professora e bióloga Thalma Grisi.

              O primeiro plástico foi sintetizado em 1862 pelo inglês Alexander Parkes. desde então vem se constituindo em um grande problema para a natureza e os ambientalistas, pois não é biodegradável. Para se ter uma idéia, sacos e copos simples de plásticos levam de 200 a 450 anos para serem totalmente absolvidos pela natureza! Não é à toa que cientistas do mundo inteiro afirmam que o plástico é o grande mal da humanidade!
              
              Cerca de 15% dos plásticos no Brasil são reciclados (em alguns países desenvolvidos esse número chega a quase 60%), o que equivale à cerca de 200 mil toneladas por ano. Deste total o maior contribuinte e o PET com aproximadamente 22 mil toneladas ao ano.

              "As coisas mais simples, mais essenciais, e digo até mais gostosas que consumimos com maior freqüência hoje em dia são acondicionadas em embalagens plásticas. O biscoito, o pão, o refrigerante, o café, o açúcar, o feijão, o arroz, a batatinha frita, o chocolate e várias outras coisas. Se não tivermos uma orientação em como lidar com esse material, ou mesmo até, se não tivermos programas sérios de reciclagem, não sei onde vamos parar. O plástico é um mal necessário, muitas vezes ele facilita nossas vidas. Se é ruim com ele, como será viver sem ele ?", questiona Thalma.

              A observação de Thalma não é exagero. Para observamos isso basta caminharmos pela praia de Tambau em um domingo à tarde. É grande a quantidade de garrafas de refrigerantes, de embalagens de protetores solares e outros itens que são encontrados na areia no decorrer da orla. "Toda a orla tem coletores de lixos dos mais variados tipos e formatos e a Prefeitura ainda distribui sacos com as pessoas, mais elas ainda preferem jogar o lixo no chão, então eu acho que não é só um problema da Prefeitura, é um problema nosso, de má educação mesmo", observa Noilda Rodrigues, funcionária pública acostumada a freqüentar as praias nos finais de semana.

              Além da reciclagem pura e simples, outra alternativa seria a substituição das embalagens plásticas por outros tipos de embalagens como papel e vidro. “Economicamente isso é inviável e nunca vai acontecer. O plástico é mais barato e resistente, além disso apresenta uma segurança maior, não quebra como a garrafa e nem rasga com a mesma facilidade do papel. Além disso em um país como o Brasil, esse digamos, retrocesso, ia pegar muito empresário de calça curta, e eles não estão nem um pouco interessados no mal que o plástico faz ao meio ambiente”, finaliza João Henrique Gomes, químico da Universidade Federal da Paraíba.


           
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