Orlando
Junior
Vítima
de constantes agressões por parte do homem,
os manguezais paraibanos começam a mostrar
sinais de que não vão resistir por muito
tempo. Uma prova de que a situação não
é das melhores é que o caranguejo uçá,
antes farto, começa a escassear, principalmente
na zona do estuário do Rio Paraíba,
o que obriga comerciantes a importarem o produto de
outros estados.
As
causas da quase extinção do caranguejo
de nossos mangues são muitas, mas algumas
ainda desconhecidas. As que causam prejuízos
a longo prazo são: corte de sua vegetação
indiscriminadamente, aterros para construção,
lixo, esgoto, captura de fêmeas ovadas ou
que estão carregadas de filhotes, como também
captura de animais jovens, com pouco peso e tamanho.
No entanto, as causas de uma enorme mortandade de
caranguejos, há cerca de cinco anos e que
persiste até hoje, ainda não foi encontrada.
Alguns
especialistas do Ministério da Agricultura
e Abastecimento dizem que a tecnologia para o repovoamento
das áreas afetadas é barata e acessível
ao pequeno produtor, bastando para isso implantar
recifes artificias, atratores e zonas de ressurgências,
que, como o próprio nome indica, é
uma área que tem que ser trabalhada para
o reaparecimento do caranguejo, sendo necessário
que todas as condições sejam favoráveis
para seu desenvolvimento. No entanto, são
técnicas avançadas demais, quando
sabemos que a maioria dos pescadores praticam a
pesca artesanal da maneira mais rudimentar possível
e não possuem instruções para
desenvolvê-las de forma adequada.
Levantamento
feito pela assessoria do deputado Frei Anastácio,
aponta que 800 famílias sobrevivem da cata
do caranguejo e atualmente se encontram sem trabalho.
Segundo Rosa Duarte, assessora do gabinete do deputado,
atualmente os pescadores mal conseguem pegar uma
corda (12 caranguejos) completa do crustáceo.