Será
dia 26 de outubro o julgamento dos recursos da FENAJ
e do SJSP contra a decisão que derrubou a exigência
do diploma universitário para o exercício
da profissão de jornalista. O julgamento foi
marcado poucos dias após a FENAJ, os Sindicatos
e o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo
iniciarem uma campanha de mensagens ao juiz relator
Manoel Álvares pedindo urgência na decisão.
As entidades também tinham solicitado uma audiência
com o Juiz exatamente para a semana em que foi marcado
o julgamento.
Conforme publicado
no site do Tribunal Regional Federal - 3ª Região,
o Juiz convocado Manoel Álvares, que é
o relator da matéria, solicitou, no último
dia 23, a inclusão do processo 2001.61.00.025946-3
na pauta da sessão de 26 de outubro. A decisão
do Juiz relator de solicitar o julgamento foi tomada
logo depois de a FENAJ, os Sindicatos de Jornalistas
do país e o FNPJ terem intensificado a Campanha
Nacional em Defesa da Formação Superior
Específica em Jornalismo, convocando os Jornalistas
a pressionarem através de telegramas e mensagens
eletrônicas pedindo urgência no julgamento
dos recursos. A categoria prontamente atendeu ao
chamado e de imediato iniciou o envio das mensagens.
O Advogado João
Roberto Piza Fontes, que representa a FENAJ e o
SJSP neste processo, diz ser “muito importante
que tenha sido designada a data para o julgamento”
e acrescenta: “Aguardamos com serenidade uma
decisão favorável do Tribunal“.
Como o julgamento
é público, a FENAJ, os Sindicatos
e o FNPJ vão organizar uma caravana de dirigentes
sindicais dos Jornalistas de todo o país
e de representantes dos professores de jornalismo
para acompanharem a sessão. Também
decidiram convidar estudantes de jornalismo e representações
de outras entidades. As orientações
serão divulgadas nos próximos boletins
eletrônicos da FENAJ, dos Sindicatos e do
FNPJ.
A exigência
de formação superior específica
em jornalismo para a obtenção do registro
de jornalista foi suspensa em outubro de 2001, por
decisão da juíza substituta Carla
Rister, da 16ª Vara Cível da Justiça
Federal, em São Paulo. E os recursos de agravo
de instrumento e de apelação impetrados
pela FENAJ e pelo Sindicato dos Jornalistas de São
Paulo para derrubar essa decisão que tramita
já há quatro anos no TRF da 3ª
Região.
Os Jornalistas lutam
para manter a obrigatoriedade do diploma de Curso
Superior em Jornalismo porque se trata de um dos
pilares da regulamentação da profissão.
E conforme reafirmaram em moção aprovada
no XV ENJAC, no último final de semana, “a
demora no julgamento do processo causou, aos jornalistas
e à sociedade brasileira, um problema de
extrema gravidade: a concessão de registros
precários a cidadãos sem qualificação
técnica, teórica e ética para
o exercício do jornalismo de forma a realmente
atender à sociedade no seu direito a uma
comunicação responsável.“
A moção
também alerta que “especificamente
para os Jornalistas, outro grave prejuízo
é a precarização das relações
de trabalho tanto nos veículos de comunicação
como nas assessorias de imprensa públicas
e privadas.”
Para o presidente
da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, é
muito importante, agora, a mobilização
dos jornalistas em todo o país, pressionando
por uma decisão favorável à
categoria no julgamento do dia 26 de outubro.
Sérgio Murillo
diz que a volta da obrigatoriedade do diploma significará
não apenas resgatar uma conquista da regulamentação
e valorização da profissão
como, também, mais um instrumento para garantir
que a sociedade seja respeitada no seu direito de
receber informação de qualidade, ética
e comprometida com o interesse público. Porque,
completou o presidente da FENAJ, somente através
de um curso universitário específico
em Jornalismo é possível formar profissionais
com qualificação teórica, técnica
e, principalmente, ética capazes de dar conta
desta função social da nossa profissão.
Por isso, afirmou ainda, é que a FENAJ e
os Sindicatos desenvolvem muitas ações
em defesa da qualidade do ensino do Jornalismo no
país.
A campanha pela volta
da exigência de formação superior
específica faz parte da Campanha Nacional
pela Valorização da Profissão,
desencadeada pela FENAJ e pelos Sindicatos de Jornalistas
do país no início deste ano. Nela,
também estão incluídas as Campanhas
pelo Conselho Federal dos Jornalistas, pela Liberdade
de Imprensa e Expressão e contra a precarização
das relações de trabalho.