Orlando
Junior
Cena
1: Adolescentes conversam na esquina da rua Matos
Cardoso, dois motoqueiros se aproximam e anunciam
assalto. Cena 2: Pessoas se divertem vendo uma quadrilha
junina, quando de repente são disparados tiros,
as pessoas correm, há tumulto generalizado!
Cena 3: Comerciante sofre assalto em seu bar. Depois
de roubar todo dinheiro, assaltante dá tiro
para pegar na cabeça do dono do estabelecimento,
ele se abaixa e a bala se aloja na parede!
As
cenas descritas acima, poderiam ter saído
de qualquer filme americano de ação,
mas não, elas aconteceram de verdade e num
dos bairros mais tranqüilos da cidade de João
Pessoa: o conjunto Castelo Branco! Conhecido por
sua tranqüilidade de outrora, o bairro viu
acontecer nos últimos tempos, uma crescente
escalada de violência.
“O
Castelo Branco, que era um bairro calmo, hoje se
tornou violento. O roubo de celulares é constante,
os pequenos assaltos também são constantes,
e a maioria desses delitos é cometida por
crianças induzidas por adultos. Na esquina
de minha rua, que dá acesso a praça
de esportes da UFPB, é comum o roubo, principalmente
a atletas que para lá se dirigem para treinar”,
diz Lindemberg Brito da Silva, do grupo Castelo
em Movimento.
Segundo
o Comandante do 5º Batalhão de Polícia
Militar, Coronel Fernando Beltrão, comando
ao qual o bairro é subordinado, o conjunto
é um dos mais tranqüilos da cidade.
“Posso te garantir através de dados
numéricos que o Castelo Branco é um
bairro tranqüilo. Evidentemente que problemas
acontecem, mas são poucos. A última
ocorrência que me lembro foi a do sujeito
que disparou uma arma de fogo numa quadrilha junina,
há dois anos, provocando tumulto, todos estão
presos”, diz.
Ainda
segundo o Comandante, as queixas mais comuns vindas
do bairro, são de averiguação
de suspeitos, quando estranhos ao bairro estão
em atitude suspeita, ou o SOS, que são ações
sociais, como levar enfermos aos hospitais. A segurança
no conjunto é feita com duas viaturas e duas
motos patrulha comunitária. Tanto as viaturas
quanto às motos, servem também para
a vigilância do conjunto dos Bancários.
Divergências
à parte, a onda de violência que assola
o mundo, reflete diretamente em todos os cantos,
e o bairro do Castelo Branco não pode ficar
de fora desse contexto. Para Lindemberg a comunidade
tem que se reunir e realizar protestos ordeiros,
inclusive com atividades que mostrem a sociedade
que o bairro não é mais tão
tranqüilo como era. “A Conjuntura social
do país vai convergindo para uma situação
que vai fazendo com que jovens não tenham
espelhos , nem em casa nem na sociedade, e procurem
roubar”, argumenta Lindemberg.
Outro
fator que pode explicar esses dois pontos de vistas
divergentes, é o fato das vítimas
não estarem prestando queixas das agressões
que sofreram. Essa alternativa é logo descartada
pelo Comandante, mais endossada por um dos policiais
do posto policial do bairro.