Míria
Maria Ferreira
O
resultado da pesquisa de ibope sobre o referendo do
próximo dia 23, divulgado nesta sexta feira
pelo Jornal Nacional da Rede Globo, surpreendeu um
pouco quem apostava no "sim" e quem acreditava
que o "não" sairia em desvantagem.
A pesquisa deu empate técnico, o que indica
que até a data da votação, quase
ninguém apostará num resultado.
Realizada
em 143 cidades brasileiras, a pesquisa ouviu 2.002
pessoas. Desses entrevistados 49% disseram votar
contra a proibição, 45% a favor e
6% não quis opinar. Para Maria Dalva Pereira,
52 anos, o empate a deixou desanimada. “Acreditei
que o "sim" ganharia com facilidade. Fico
triste por imaginar que a não proibição
de arma ganhe. Se este for o resultado acho que
muita gente vai sair por aí querendo comprar
um revólver”, comenta a dona de casa.
Faltando
apenas 09 dias para o referendo, as frentes parlamentares
contra e a favor da proibição de armas
e munição terão que aproveitar
os momentos finais da campanha e buscar aliados
nos indecisos. “Já fui assaltada com
arma de fogo e fiquei revoltada. Quando assisto
aos programas policiais e vejo assalto daqui, assassinato
de lá, penso: Se desarmar o povo, os marginais
vão gostar e os assaltos vão aumentar,
então, fico na dúvida se voto sim
ou não”, diz a estudante Adriana da
Silva.
Apesar
do empate técnico, o vendedor Carlos Barbosa,
40 anos, está satisfeito com a pesquisa,
e admite que ficou surpreso. “Pra falar a
verdade, eu não acreditava que a não
proibição ganhasse nas pesquisas.
Agora é esperar e confirmar vitória
no dia 23”, diz o Vendedor Carlos. Por enquanto,
o resultado do referendo ainda é o inesperado,
segundo a pesquisa, e as frentes parlamentares terão
que correr contra o tempo.
Outro
dado importante que a pesquisa também divulgou
foi que, apesar da campanha veiculada nas emissoras
de tv e rádio, apenas 12% dos entrevistados
mudaram de opinião e a maioria não
se deixou influenciar pelas propagandas, permanecendo
com a decisão do "sim" e do "não".