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Rádios
de João Pessoa vão tocar mais músicas
de artistas da terra |
Orlando
Junior
O prefeito Ricardo Coutinho sancionou lei que determina
uma reserva de 20% nas grades musicais das rádios
de João Pessoa para a veiculação
da música paraibana. Para se ter uma idéia,
essa reserva de marcado de 20%, é equivalente
a cada emissora veicular música de artistas
locais por quatro horas.
A lei chega em boa hora, num momento em que a Prefeitura
de João Pessoa busca a valorização
da nossa arte. Esse espaço nas rádios
é fundamental para a inclusão cultural,
além de levantar a auto-estima dos nossos artistas.
“Acho legal a reserva desse espaço para
os artistas da terra, estávamos precisando
disso”, pondera a cantora Mônica Melo.
O projeto de lei do vereador Fuba foi aprovado pela
Câmara Municipal, por unanimidade, no final
do ano passado, e nasceu a partir de discussões
com músicos e produtores locais. “Eles
acompanharam as etapas de amadurecimento e construção
da idéia, que já foi implantada em outras
capitais do País e era uma antiga reivindicação
de artistas, para uma maior divulgação
dos CDs produzidos em âmbito estadual. Esse
projeto impulsiona a divulgação do trabalho
realizado pelo artista paraibano e abre mercado para
os produtores”, afirma Fuba.
O cantor e compositor Adeildo Viera foi outro que
se mostrou favorável ao projeto do parlamentar.
“Minha preocupação agora é
como vai se realizar essa fiscalização.
Não adianta criar leis, se não se cria
mecanismos para fiscaliza-las”, pondera.
Essa reserva de mercado não é novidade
no campo cultural brasileiro. Além de já
existir em outras cidades brasileiras no campo da
música local, também existe a nível
nacional para o cinema. As salas de exibição
têm que exibir filmes brasileiros por 35 dias
durante o ano. Esse número varia de acordo
com a quantidade de salas de cada grupo.
O projeto vem inclusive justificar o investimento
de dinheiro público nas gravações
de CDs. “A cada ano são gravados mais
CDs que são produzidos com dinheiro público,
advindo dos fundos municipal e estadual de cultura,
e que não encontram espaço para divulgação
nas rádios. Com esse projeto esses CDs vão
enfim tocar nas rádios”, se entusiasma
Mônica.
A lógica não vai ser tão fácil
assim! A ABERT (Associação Brasileira
de Emissoras de Rádio e Televisão),
através de sua assessoria jurídica,
já se posicionou contra o projeto, pois o considera
anticonstitucional. É esperar para ver aonde
essa polêmica vai dá!
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