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  Dia do Deficiente Físico
Míria Maria Ferreira
       
             
Comemorado no dia 11 de outubro, o dia do deficiente físico tem sido festejado em alguns estados do país. Apesar das solenidades, alguns portadores de deficiência física admitem que é preciso se fazer muito antes de comemorar. As dificuldades que o portador encontra, como conseguir emprego, subir rampas, encontrar banheiros públicos apropriados e pegar transportes coletivos têm causado grandes transtornos. Para eles, freqüentar escolas e universidades algumas vezes é complicado e causa um certo desistímulo.

             São muitos os obstáculos para o deficiente físico, mas é importante ressaltar que existem instituições que trabalham na reabilitação desse portador, a exemplo da FUNAD (Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência). “A Funad não atende apenas o portador de deficiência física. Existe um trabalho voltado também para as pessoas portadoras de deficiência mental, visual, auditiva, acidentado de trânsito, do trabalho, seqüelado de hanseníase e portadores de necessidades educativas especiais”. Diz a chefe de Divisão da Fisioterapia Ocupacional e Fonoaudiologia, Sandra Cordeiro.

             O portador de deficiência física tem sido na maioria das vezes, vítima do preconceito ao ingressar no mercado de trabalho. Nega-se emprego ou quando é admitido é mal remunerado. Para Maria Aparecida, de 24 anos tem sido difícil conseguir trabalho até mesmo em casa de família. “As pessoas não acreditam que posso fazer algo. Já tentei arrumar uma vaga de vendedora em loja e fui dispensada. Apesar do meu problema ser nas pernas não preciso de cadeira de rodas e nem de moletas. Eu não consigo nem lavagem de roupa”. Desabafa Maria aparecida.

             O número de trabalhadores com deficiência física, ainda é muito baixo se comparado ao número de portadores e neste dia 11 de outubro, algumas comemorações abrem espaços para campanhas de conscientização no que diz respeito ao mercado de trabalho e a outras necessidades básicas. Muitos estados do país adotaram medidas que diminuíram os obstáculos para o portador. “Dentro dos objetivos da Funad estão: habilitar, reabiltar, profissionalizar e inserir no mercado de trabalho portadadores de deficiência”. Explica, Sandra Cordeiro.

             Alguns direitos o portador conseguiu, como, transporte gratuito e um percentual de vagas em concursos. Muito precisa ser conquistado, não apenas através das leis, mas através da consciência do cidadão para um simples gesto de reduzir a velocidade do carro para um deficiente físico atravessar a rua. “Eu não quero viver da ajuda das pessoas. Eu quero que tenha consciência que eu preciso e posso trabalhar e ganhar o meu dinheiro com o meu esforço”. Maria Aparecida.


           
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