A
noite da última segunda feira, dia dois de
março, foi especial para o cinema brasileiro,
é que nessa data o filme Se Eu Fosse Você
2, dirigido por Daniel Filho e estrelado por Tony
Ramos e Glória Pires, quebrou o recorde de
público da chamada “retomada”
do cinema brasileiro, fazendo um público
de 5,324 milhões de espectadores. O termo
retomada designa o reaquecimento da produção,
proporcionado pelas leis de incentivo à cultura
via renúncia fiscal, após o colapso
do modelo assentado na distribuição
de verbas pela Embrafilme. O recorde de público
anterior pertencia ao filme 2 Filhos de Francisco,
de Breno Silveira, que em 2005 levou aos cinemas
5.319 milhões de espectadores.
“É
a vitória contra o derrotismo que paira sobre
as artes brasileiras. Ser a quinta bilheteria do
Brasil, atrás de Titanic e dos três
Homem Aranha, mostra que temos fôlego e que
o público brasileiro está pronto para
receber o que é nosso cinema popular bom
e sem legendas", diz Daniel Filho, um dos diretores
mais ativos do cinema brazuca atualmente e responsável
por outros êxitos de bilheteria como A Partilha
e o primeiro Se Eu Fosse Você.
A
quebra de recorde, que seria motivo de orgulho em
qualquer outro ramo do dia a dia do brasileiro,
é vista com desdém por pessoas ligadas
ao cinema e até mesmo por espectadores comuns.
Muitos blogs apresentam críticas negativas
ao filme e aos seus números, como se isso
fosse o mais importante para um cinema que vem tendo
queda de público consecutiva desde 2003,
quando 21 milhões de ingressos foram vendidos
para os filmes nacionais. Em 2008, estimasse que
os filmes nacionais tenham levados aos cinemas algo
em torno de dez milhões e seiscentos mil
espectadores.
Visto
por esse ângulo, a proeza do filme é
uma boa notícia para esse início de
ano e que outros filmes brasileiros também
possam alcançar boas marcas, até porque
não adianta em nada um filme ser Cult, elogiado
pela crítica, aclamado por meia dúzia
de pessoas e ser totalmente ignorado pelo grande
público, levando para o ralo dinheiro público,
que poderia ser utilizado em outras cosias mais
importantes e essenciais.