Os caminhos percorridos pelo Padre Ibiapina, em sua peregrinação pela Paraíba, de 1856 a 1883, são um convite ao peregrino e ao caminhante para conhecer sua obra humanitária e a diversidade ambiental, cultural e artística do brejo paraibano. Atualmente, Padre Ibiapina já é oficialmente reconhecido como Servo de Deus, através da Congregação das Causas dos Santos. Em processos de canonização, este peregrino poderá ser mais um santo brasileiro.

               Essa história verdadeira, com enredos e tramas dignos de um bom folhetim, que já renderam um curta-metragem para o cinema paraibano chega agora aos palcos numa montagem ao ar livre que vai percorrer as principais ruas das cidades de Bananeiras, Solânia, Arara, Santa Fé, Pirpirituba, Serraria, Areia, Alagoa Grande e Alagoa Nova, locais por onde ele passou e deixou marcas de um trabalho social que inspirou outros ícones da cultura religiosa nordestina como Padre Cícero e Antônio Conselheiro.

               O espetáculo, denominado Sal da Terra, projeto aprovado pelo Fundo de Incentivo a Cultura – Lei Augusto dos Anjos foi desenvolvido pelos extensionistas culturais Shilon Gama e Valdir Santos e terá uma série de oficinas preparatórias para os atores participantes como Técnica Vocal e Expressão Corporal. O espetáculo tem texto e direção geral de Mizael Batista. Para Valdir Santos o projeto tem sua importância por tratar de um homem cujo valor de sua obra vem tomando proporções maiores a cada dia: “A nova geração não conhece a obra desse homem e nada melhor que apresentá-la na forma de um espetáculo teatral de rua”, explica.

               As oficinas têm início dia 12 de fevereiro e se estenderão até o dia 19 quando acontecerá a primeira apresentação do espetáculo na cidade de Bananeiras. A escolha do dia 19 de fevereiro para a estréia da peça tem um significado todo especial: “É a data de aniversário do Padre Ibiapina e toda a região do brejo paraibano comemora muito a data”, diz Shilon Gama. Após essa apresentação as outras cidades vão também receber a peça Sal da Terra.
O projeto conta com o apoio da Universidade Federal da Paraíba através da Coordenação de Extensão Cultural e da Prefeitura de Bananeiras.