Uma
questão anda rodando o mercado de filmes
brasileiros: Porque será que a cada ano o
número de espectadores dos filmes nacionais
vem caindo? Será ineficácia dos filmes
na comunicação com a platéia
ou aperto financeiro do brasileiro? Para especialistas
no assunto, a esses dois fatores se junta o fato
dos filmes brasileiros terem pouco investimento
para sua divulgação. “Falta
verba para divulgar os títulos nacionais
que duelam com as produções americanas”,
diz o Secretário do Audiovisual do Ministério
da Cultura Orlando Senna.
Entretanto
os empresários do setor afirmam que o principal
problema do cinema brasileiro é a falta de
identificação do público com
as estórias apresentadas: “Existe dinheiro
para a produção, há distribuidores
suficientes, mas a meu ver, o que falta mesmo, é
realizar filmes que vão ao encontro do gosto
do grande público”, atesta Rodrigo
Saturnino Braga, diretor da Columbia/Buena Vista.
Opinião semelhante tem Jorge Peregrino, presidente
do Sindicato dos Distribuidores do Rio de Janeiro:
“Sempre procuram um vilão para a falta
de público do cinema nacional, esse vilão
já foi a exibição, a distribuição,
a aliança entre TV e cinema, agora vamos
eleger o vilão da vez que é o produto”,
ironiza Saturnino.
Já
para Diler Trindade, produtor de sucessos como Carandiru
de Hector Babenco e Os Dois Filhos de Francisco
de Breno Silveira, o que está acontecendo
é um fator econômico: “O dinheiro
está curto para quem gosta de cinema nacional,
que são as classes mais populares”,
pondera. “A grana tá curta, então
as pessoas não arriscam na hora de escolher
um filme para assistir, elas só vão
na boa”, completa Rodrigo Saturnino Braga.
A
verdade é que realmente o número de
espectadores dos filmes brasileiros vem caindo a
cada ano, mesmo com o aumento do número de
lamçamentos. Só nesse ano já
foram lançados 39 filmes contra 28 no mesmo
período do ano passado. Nesse ano o filme
campeão de bilheteria é A Grande Família
– O Filme de Maurício Farias que conseguiu
levar dois milhões de espectadores ao cinema.
O segundo filme mais visto é Turma da Mônica
– Uma Aventura no Tempo que conseguiu fazer
um público de 508 mil.
As
apostas para o segundo semestre do ano são
os filmes Primo Basílio de Daniel Filho que
é baseado no romance homônimo do escritor
português Eça de Queiroz; Cidade do
Homens de Paulo Morelli; O Homem que Desafiou o
Diabo de Moacyr Góes; Magnata de Johnny Araújo
e Saneamento Básico de Jorge Furtado. Mas
é bom que se diga que essas projeções
nem sempre são corretas: Antônia –
O Filme, de Tata Amaral teve uma série de
sucesso na TV Globo e foi um fracasso de bilheteria!