Sousa
é uma cidade teatral! A frase, tão
bonita quanto verdadeira, é confirmada pelos
quatro grupos nela existentes, dentre os quais se
destaca o Grupo de Teatro Oficina que surgiu em
1980 vindo do movimento estudantil da escola Estadual
André Gadelha. “O nome do grupo é
uma homenagem ao Grupo Oficina que nos anos 60 resistiu
bravamente contra a ditadura militar e foi um marco
no teatro brasileiro”, explica Luiz Cacau,
diretor e ator do grupo.
27
anos depois e diversos espetáculos montados,
o grupo já adquiriu um fazer teatral próprio
que o identifica com a cidade de Sousa e, de um
modo geral, com o sertão paraibano. “No
início tínhamos uma certa inquietação
por não estarmos no cenário cultural
do eixo João Pessoa-Campina Grande, mas depois
percebemos que poderíamos ter nossa própria
identidade cultural aqui mesmo na cidade de Sousa,
no Alto Sertão paraibano”, fala Cacau
com seu jeito expansivo e pensamentos e palavras
bem articulados.
Os
prêmios em festivais nacionais de teatro não
custaram a surgir. O que mais marcou foi o primeiro,
conquistado no Festival Nacional de Teatro de São
Mateus no Espírito Santo. A conquista desse
prêmio abriu as portas para outros festivais
e garantiu ao grupo firmar o nome no circuito dos
festivais desenvolvendo um bom trabalho.
Atualmente
o grupo conta com 12 integrantes, mas além
de montar espetáculos, o Oficina tem também
um trabalho social. Um desses trabalhos é
o projeto “Fazendo Arte” que trabalha
com crianças carentes e vem sendo desenvolvido
desde 1997. O grupo também oferece suporte
para a formação de outros grupos de
teatro, realizando oficinas que são ministradas
pelos próprios integrantes.
As
conquistas do grupo, fruto inegável do talento
de seus componentes, não escondem as dificuldades
enfrentadas nesses anos de estrada. Com a entrada
de Augusto Ferraz, que já trabalhava com
mídia e projetos, houve uma profissionalização
no trabalho do Oficina e parcerias de empresas locais
começaram a surgir. Junte a isso as leis
de incentivo culturais, um caminho natural para
quem busca cada vez mais aperfeiçoar seu
trabalho. “Nesses anos todos conquistamos
várias vitórias, entretanto nossa
maior dificuldade no momento é arrumar nossa
casa, o Cine-Teatro Gadelha”, encerra Luís
Cacau.