Orlando
Junior
Segundo
o dicionário Aurélio, fleuma significa
frieza de ânimo, impassibilidade, vagar, lentidão,
conformação mista de indolência
e paciência. Fleuma é também o
título do novo curta-metragem do cineasta Torquato
Joel, cujas filmagens começam em novembro.
“O filme trata de uma discussão sobre
a existência, de perspectivas de futuro da humanidade
e para onde caminhamos, algo nesse sentido”,
diz o cineasta, cujo seus filmes anteriores são
verdadeiras obras de arte, vide Passadouro, que impressionava
pela beleza plástica e concepção
cênica.
A
produção foi contemplada no edital
do Ministério da Cultura e segundo Torquato,
a idéia desse novo trabalho, era algo que
ele acalentava fazer a muito tempo, que é
conseguir fazer um filme em plano seqüência.
“Eu assisti um filme húngaro chamado
Ventos, anos atrás, belíssimos por
sinal e fiquei instigado a fazer um que seguisse
a mesma linha, mas nunca consegui ter um insight,
uma inspiração para isso, até
que a idéia surgiu e eu a desenvolvi”,
fala Torquato.
Mesmo
estando em vias de começar as filmagens de
mais um curta-metragem, o diretor não se
esquece dos problemas que o cinema, e as artes de
uma forma geral, enfrentam no nosso estado. “Nós
estamos na luta por melhores condições.
Temos que quebrar essa idéia de um cinema
que é feito ciclicamente. Nós precisamos
consolidar as leis de incentivo, precisamos que
quem está no poder publico entenda a importância
da cultura para um povo”, questiona Torquato
que em 2000, com o filme Passadouro, foi o cineasta
mais premiado do Brasil.
Atualmente
na Paraíba são produzidos dois curtas-metragens
por ano, o que na opinião do cineasta é
pouco. “O ideal é que tivéssemos
sete curtas e dois longas por ano, isso ainda é
um sonho, mas teríamos condições
de fazer isso sim, se tivéssemos os incentivos
necessários, afinal um povo não pode
sobreviver sem sua própria cultura, sem ver
sua própria história refletida na
tela”, finaliza Torquato Joel.