Orlando
Junior
Uma
viagem a Campina Grande! Uma criança em busca
de seu sonho! Um assalto! 11 anos para superar o trauma!
Visto
dessa forma essa história até poderia
parecer roteiro de um filme, mas de fato ela aconteceu:
"Eu tinha 13 anos e estava fazendo um curso
de arte em Campina Grande quando fui assaltado!
Eu fiquei tão traumatizado com o acontecido
que sufoquei o sonho de criança".
Essa
história aconteceu com o artista plástico
Fábio Brito e hoje, passados 16 anos e uma
infinidade de trabalhos depois, ele está
trabalhando novamente."Há mais ou menos
cinco anos eu decidi voltar e continuar a lutar
pelo meu sonho de criança", confessa.
E
parece que o rapaz está conseguindo alcançar
os primeiros objetivos de uma carreira que promete.
No concurso A Liberdade está em suas mãos",
patrocinado por uma operadora de TV a cabo, ele
conseguiu ficar em 17º lugar na categoria desenho
enfrentando mais de 200 competidores. O tema do
concurso era expressar a liberdade, ironicamente
a liberdade, que anos atrás, ele quase perdeu.
Seu
trabalho é baseado em imagens sacras e paisagens
contemplativas. Católico por formação,
ele observa um fundo de evangelização
em sua obra: "Na verdade existe um fundo de
evangelização no meu trabalho, eu
me preocupo com isso e as pessoas se sentem bem
em admirar minha arte", diz o artista.
Talvez
Fábio não tenha percebido, mas o assalto
pode ter transformado a criança insegura
num homem forte e artista determinado e sensível.
Seu trabalho transmite uma paz serena, é
como se fosse um calmante natural para o corre-corre
da vida cotidiana.
Usando
a técnica de óleo sobre tela, mas
com alguns artifícios como colagem de tecidos,
materiais minerais e texturas, sua criatividade
vai surgindo de acordo com a necessidade da pintura
que ele quer representar. Fã de artistas
como Van Gogh e Pablo Picasso, Fábio tem
a humildade de reconhcer que não conhece
muitos artistas: "Eu passei muito tempo afastado,
na verdade conheço poucos artistas, mas sei
que tem muita gente boa por aí e eu preciso
conhecê-los", confessa.
Mas
o grande salto, talvez o impulso que faltava, ainda
estava por vir. Concorrendo com 5.300 desenhos enviados
de todo o Brasil ele conseguiu ser o grande vencedor
da promoção Cultural Fiat Doblò.
Dando asas a sua imaginação, e ao
carro patrocinador do concurso, ele conseguiu se
destacar entre artista mais experientes e de centro
mais desenvolvidos: "A minha vontade de ganhar
era tão grande que eu não parava de
pensar nisso e no fundo eu sabia que alguma coisa
muito boa ia acontecer, e graças a Deus eu
consegui, eu venci", enfatiza com um largo
sorriso.
Outro
diferencial no trabalho de Fábio é
que ele pinta quando está expondo: "Isso
dá uma credibilidade a mais para o meu trabalho,
está desenhando enquanto as pessoas olham
meu trabalho é sensacional, além do
mais existe uma interatividade entre as partes,
pena que eu não possa fazer isso em todas
as exposições de que participo",
finaliza.