O hall da Reitoria da Universidade Federal da Paraíba está abrigando uma exposição que é uma verdadeira aula de história para quem se interessa pela história recente do país.
Intitulada Direito a Memória e a Verdade – A Ditadura no Brasil 1964 – 1985, a exposição mostra, em enormes painéis, fotos e documentos oficiais dessa, que pode ser considerada, a fase mais dura do regime militar brasileiro que cassou e assassinou políticos, artistas, estudantes e qualquer pessoa que se opusesse ao governo da época.
A maioria das fotos são seguidas por legendas que identificam e situam a ação mostrada. É possível ver desde registro da famosa passeata dos 100 mil, realizada no Rio de Janeiro, até reprodução de cartazes onde os “terroristas” eram procurados, até momentos que marcaram essa fase mais dura, como as mortes de Carlos Marighella e Vlademir Herzog.
Também merecem destaques uma foto em que o “guerrilheiro-general” Carlos Lamarca ensina uma jovem a manejar uma arma e alguns documentos da censura federal que proibiam músicas, novelas, filmes e peças de teatro.
O documento de proibição da música Tiro ao Álvaro, de Adoniram Barbosa e Oswaldo Moles, chega a causar risadas. Como justificativa para a censura, o censor alega “falta de gosto” implicando com os termos “tauba” “artomóve” e “revorve”, mostrando um verdadeiro desconhecimento do jeito paulista de cantar do grande Adoniram Barbosa.
A exposição Direito a Memória e a Verdade – A Ditadura no Brasil 1964 – 1985 é uma iniciativa da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) em parceria com a Fundação Luterana de Diaconia e apoio da Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice). Ela permanecerá na Reitoria da UFPB até o final do mês de maio, indo em seguida para outra cidade.